Para compreender a performance do Brasil no quesito de inovação é necessário entender a diferença entre preço, valor e custo. Os custos são os dispêndios financeiros realizados durante o processo de transformação do produto ou serviço. O preço é o valor que o cliente deve pagar para obtê-lo. E o valor, é o ganho que o cliente enxerga nesse produto ou serviço. Para que haja lucro, o preço deve ser maior que a soma do custo com o valor. O Brasil está pagando um preço alto pela inovação, uma vez que investimentos em inovação estão criando valor abaixo do ideal, enquanto que os custos para inovar estão altos.

O Brasil foi o 9° país que mais investiu em inovação de acordo com ranking do Fórum Econômico Mundial, que comparou os aportes em P&D no mundo levando em consideração a paridade do poder de compra de cada país. Porém, é necessário entender porque o país não atinge resultados satisfatórios de crescimento se comparado ao patamar do investimento total feito pelas empresas e o governo.

Se tomarmos como referência o Global Innovation Index (GII) mais recente, de 2018, podemos perceber que o Brasil está classificado na 64ª posição global no índice geral, não condizente ao investimento em P&D observado anteriormente. O índice geral classifica a qualidade das instituições, capital humano e pesquisa, infraestrutura, sofisticação do mercado e sofisticação empresarial. A pior colocação brasileira foi 85°, referente ao indicador chamado “índice de eficiência em inovação”, que mede a quantidade de produção de inovação que um determinado país está obtendo com relação aos seus insumos. Para entender a situação brasileira, é necessário, portanto, compreender porque esses investimentos não estão gerando valor como em grande parte dos países analisados.

Se compararmos os investimentos de P&D no Brasil com o dos países mais bem classificados no GII é possível observar que a maior porcentagem dos investimentos é proveniente do Estado no caso brasileiro, enquanto que nos outros países são as empresas que representam a maior participação do investimento total. O papel predominante do Estado em projetos de inovação custa muito caro do ponto de vista dos tributos, além de tornar esses processos mais burocráticos e dependente de coalizões partidárias, aumentando o custo para a inovação.

Dessa maneira, para que o Brasil atinja classificações globais superiores às atuais, uma possível estratégia é diminuir os gastos do governo com inovação, como hubs, lei do bem, incentivos fiscais, entre outros, e, consequentemente, diminuir a tributação referente a essas despesas.




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