Na última assembléia do Berkshire Hathaway, o famoso fundo de investimento de Warren Buffet, os acionistas exigiram respostas às perdas extraordinárias resultantes da parceria entre a Berkshire Hathaway e a 3-G Capital, a famosa “3-Gang” de espertinhos. Em resposta, os membros da 3-G alegaram “nós estávamos apenas fazendo o que os gringos nos ensinaram a fazer, e usamos Vincent Falcone para traduzi-los para o português”. Porém, o uso dessas ferramentas nos dias atuais é um grande erro.

Vamos pegar a mais recente perda de bilhões de dólares da Kraft Heinz como exemplo. O uso das ferramentas “Gerenciamento Pelas Diretrizes”, “Orçamento com Base Zero” e “PDCA”, originalmente desenvolvidas nos anos 1940 e 1950, resulta em respostas certas para as perguntas erradas. Quando essas ferramentas foram criadas, há quase um século, ficou claro como resolver os problemas dos clientes, que todo mundo quer um carro novo, uma casa grande e comida mais saborosa e conveniente, como é o caso da oferecida pela empresa. No entanto, atualmente os padrões de consumo ficaram mais complexos, frente a diversas possibilidades de resolução de seus problemas, as pessoas passaram a questionar se elas realmente querem um carro novo para ficar presas no trânsito, uma casa grande que levarão uma vida para pagar ou uma comida saborosa e conveniente que pode ser prejudicial a saúde. Dessa forma a natureza das perguntas de gestão mudaram de “como” para “por quê”, e essas ferramentas não foram criadas para descobrir “porquês”.

Ao invés de vez de usar ferramentas desgastadas, as empresas devem usar novas abordagens para descobrir novos “porquês” e criar melhores insights. Dessa maneira, as organizações estarão preparadas para evitar fracassos similares ao da “3-Gang”, que arrastou até mesmo o investidor mais famoso do mundo junto com eles. Devemos olhar para abordagens mais adequadas para a natureza dos problemas do século XXI, e deixar de arrastar ferramentas de contextos desatualizados do século XX.




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